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Exposição no MARP + SESC-Ribeirão Preto
Sinópse da palestra, por José De Quadros, 2008

PINTURAS DE UM ATELIÊ

O meu trabalho de pintura desenvolve-se exclusivamente no espaco do ateliê...seja em Kassel (anteriormente no MagazingHof, roubado, destruído e incendiado num ato de vandalismo no dia 22.05.06; e atualmente dividido em dois espaços: Jaegerkaserne e Sophienstrasse) ou em São Paulo (anteriormente na Vila Zelina e atualmente no Itaim Paulista, no extremo da zona leste paulistana).

O ateliê é meu ambiente de trabalho, embora que o produto deste trabalho seja arte, sempre procurei encarrar isso como um outro trabalho qualquer - numa tentativa de tirar o "artista" de um certa extratosfera que muitos o colocam, como também tento desmistificar a atmosfera que muitos concedem a um ateliê. Isso talvez seja um tanto pela peculiaridade que de meus ateliês nunca foram espacos integrados à uma cena artística; todos os espaços de trabalho que tive (e tenho!) são meio "marginais", senão periféricos. Com excessão do pequeno ateliê que tenho na Sophienstraße, que e numa região bastante nobre da cidade de Kassel.

Eu vivo entre extremos: São Paulo e Kassel. Em São Paulo vivo, por opção, num bairro bastante modesto, populado por tabalhadores em sua grande maioria nordestinos, que são sugados pela "Grande" São Paulo. Contudo, esse lugar vibra com o caos da vida diária.

E, por mais que a vida seja dura, tenho impressão que lá as pessoas são felizes. Antagonicamente, vivo cercado de belas florestas na cidade de Kassel: num lugar muito bonito, imagem dígna de cartões postais, com o parque Karlsaue às minhas portas (onde normalmente também sedia parte da "documenta" de Kassel). Para todos os lados onde se olha, tudo e belo, mas de certa forma falta vida... nada vibra, tudo é estático. A vida só é percebida em movimentos bastante sutís, mas que também tem sua beleza.

Ao longo da história da arte, muitos artista procuraram mostrar e trabalharam com seus atelies. Seja de forma romântica, mística, ou mítica....exemplos não faltam: Rembrand, Duerer, Kiefer, Almeida Júnior entre muitos outros; minha visão sobre esse espaço é bastante diferenciada e pragmática: no caso das pinturas do "O ateliê de São Paulo", mostro, à partir do ponto de vista do ateliê e do que está ligado diretamente a ele. A Vila Zelina como um antigo bairro operário, meio suburbano, que comeca a se verticalizar. Talvez possa até ser que o ateliê tenha um aspecto "meio árido", mas as obras que dalí saem, ainda que muitas vezes tematizem objetos ou visões banais, não devem ser áridas - elas devem proporcionar uma profunda atmosfera ao expectador, mostrando que, por exemplo, alguns prosaicos varais ou postes de eletrecidade possam transmitir uma certa inquietação na tela, instigando o expectador, levando-o a refletir sobre o tema.

Uma questão que frequentemente permeia minha obra: confrontar o expectador com temas que lhe são incômodos, mas apresentados de uma forma sedutora tal, que o leva a pensar e discutir sobre o tema. Ou seja o artista apenas aponta e sutilmente indúz.

Paradoxalmente, as obras do tema "Ateliê", ainda que à primeira vista possam parecer muito simples e de fácil leitura, num aspecto mais profundo, proporcionam amplas discossões sobre sentimentos; os quais o artista constatemente se vê confrontado: melancolia, ausência, vazio, fuga....mas procurando interpretar tais situações como positivas e produtivas. Vibrações da vida e de vida....

José De Quadros, Kassel 09.10.08

© 2013 José De Quadros |
 
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